Empatia, segundo o dicionário, é o processo de identificação em que uma pessoa se coloca no lugar da outra e tenta compreender seu comportamento. Na prática, a empatia, por vezes, é mal interpretada e a parte do “processo de identificação” se perde. Além disso, é muito confundida com a simpatia pró-ativa. Tudo isso gera situações onde as pessoas com deficiências são taxadas de mal educadas e, até, de ingratas!
Porém, as pessoas esquecem que não é possível se colocar no lugar de outra pessoa se não conhecer os fatores que influenciam sua vida, principalmente se você nunca experimentou tal realidade.
As pessoas com deficiências estão cientes de sua condição e, como já falei em outros textos, sabem quais são suas limitações e quais as melhores formas de responderem a determinadas situações.
Quando uma pessoa não tem CONHECIMENTO sobre a realidade de outra com qualquer limitação, ela deve, sempre, primeiro perguntar SE e COMO pode ajudar. Muitas vezes oferecer a mão, por exemplo, não ajuda na prática, pois para a pessoa com deficiência pode ser mais fácil e seguro de um jeito que descobriu sozinha, que funciona bem pra ela, ainda que pra você pareça estranho ou pouco funcional.
Quando você aprende a melhor forma de ajudar, ou de receber ajuda, você detém o conhecimento verdadeiro. É aí que você exerce a empatia de forma plena, se colocando no lugar da outra pessoa, sem se utilizar de suposições que podem estar erradas e acabar, inclusive, piorando a situação.
Lembra daquela velha frase “perguntar não ofende”? Às vezes, ofende, sim, se você não fizer com respeito, com simpatia. Então, pense que é justamente perguntando com respeito que se aprende. E, quando aprendemos, podemos ensinar outras pessoas, gerando uma realidade mais inclusiva.
A diferença existe e faz parte da diversidade humana. Precisamos conhecer para podermos ajudar de forma segura e eficaz.
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Amanda Lyra - Cantora, compositora, produtora e apresentadora, cadeirante e idealizadora do Projeto Solyra. Siga ela no FACEBOOK e INSTAGRAM.
Paloma Santos é ilustradora, cadeirante e feminista. "No meu trabalho como ilustradora tento representar a diversidade feminina". Siga ela no INSTAGRAM e curta a página no FACEBOOK.