Como seu plágio influencia e prejudica toda a rede de apoio de mulheres da PEITA.
Você sabia que 70% das frases da PEITA são parcerias com instituições, movimentos sociais, coletivos, manas que estão na militância ou empresas comprometidas em combater o sistema opressor em que vivemos? Em alguns casos parte da produção é doada, enviamos produtos para ações diretas, doamos parte do lucro. Nosso carro-chefe, e que nos deu destaque nacional, foi a “Lute Como Uma Garota.”, camiseta que paga as contas das mulheres que estão diretamente envolvidas com a marca, evitando que se submetam a tripla jornada ou subempregos menos valorizados, como é o caso da maioria das mulheres no sistema capitalista. Essa estampa torna possível as parcerias em que abrimos mão do lucro para doá-lo a outras pessoas.
Quando alguém falsifica nosso ÚNICO layout, está prejudicando toda a rede de apoio à mulheres que criamos e cultivamos com muito carinho. O plágio de que falamos é o da nossa estampa, criada e desenvolvida pela designer e la puta madre da PEITA, Karina Gallon. A estampa é fruto de anos de formação e pesquisa em design. Foi ela quem pensou o espaçamento entre linhas, entre letras, escolheu e comprou a família tipográfica utilizada, para transmitir de forma direta e simples mensagens de luta. A Kaka pensou a camiseta como um canal de comunicação não-verbal entre as pessoas, diferente de uma peça fashion de campanha de moda, geralmente em inglês. Transformou a camiseta, uma peça básica e acessível, em uma ferramenta de enfrentamento aos assédios e discriminações que sofremos. Graças a Deusa e ao esforço de inúmeras mulheres que estão com a gente, deu super certo!
Todos os detalhes da nossa marca existem por um motivo. A estampa é em all type, grandona, para ser lida à distância. A frase é a diva do rolê e cada pessoa que usa a ressignifica em seu contexto de luta. Recebemos relatos lindos de manas que sorriem umas para as outras quando as veem com a mesma camiseta ou frases, outras que ficam mais seguras ao ver pessoas de peita na estação de metrô ou ainda, que sentem que os homens as assediam menos quando estão com uma de nossas frases estampada no peito. É isso que buscamos, nos empoderarmos, criar desconfortos que proporcionem o debate sobre problemas estruturais, sistêmicos, históricos.
“Obviamente já existiam estampas parecidas, mas nenhuma com temática feminista ou aliada a algum movimento social ou ambiental, com a função clara de gerar narrativas de incômodo, em ser ferramenta de expressão, representatividade e encorajamento. O que nos difere de um uma marca que vende feminismo é o posicionamento. É o protagonismo da mulher em todos os pontos da cadeia, é o compromisso em abordar o feminismo além da academia e das manifestações ativistas. É chegar em pessoas que acreditam "não precisar do feminismo" e começar a militância 'vira-voto'. É o compromisso em quebrarmos o ciclo de reprodução do racismo, abalar as estruturas de opressão e deixar machistas, racistas desconfortáveis. É gerar uma autorreflexão para reconhecer nosso lugar de privilégio e entender que ele é completamente inacessível para a maior parte das mulheres”, explica Karina.
Será que essa galera que vende falsificação da PEITA no Mercado Livre (tem até quem roube textos e fotos das nossas redes sociais) e outros sites de marketplace saberia explicar o conceito da estampa? Quem cria uma marca ou um produto não verifica se está plagiando? Bom, deveria. Estar no Google não significa ser de domínio público.
MARCA REGISTRADA ® A frase “Lute como uma garota”, suas variações e as outras frases presentes em nossos produtos são de propriedade da PEITA, devidamente registrados perante o INPI e órgãos responsáveis. Como detentora dos registros de design, qualquer derivação da frase ou semelhança com o layout estão proibidos. O uso indevido, reprodução e comercialização estão sujeitos a responsabilização judicial, pois configuram crime ao direito autoral e à propriedade industrial e induzem o consumidor ao erro.
( • ) COMO SABER SE É FAKE?
Não foi uma, nem duas vezes que recebemos mensagens com fotos de pessoas vestidas com camisetas fakes pedindo para nós postarmos em nossas redes sociais. Elas não sabiam que estavam comprando uma falsificação e se sentem enganadas quando explicamos.
A PEITA original, além do layout com design equilibrado, tem uma etiqueta interna com um recadinho nosso, instruções de lavagem, composição e, se for parceria, contamos quem está com a gente naquela luta. Ah, e quem compra através do site a recebe em uma embalagem exclusiva e ganha vários mimos afrontosos para espalhar a mensagem pelas ruas, no trabalho, em todos os lugares.
( • ) O QUE CARACTERIZA PLÁGIO?
Graficamente o plágio está no layout, na forma como ele foi diagramado: estilo da tipografia (em bold e podendo nãos ser similar, mesmo quando é usada uma fonte sem serifa), o alinhamento à esquerda, a proporção da estampa na camiseta, quebra de linhas nas frases, cores e o ponto final. Esses são elementos característicos da Peita. Copiá-los induz o consumidor ao erro, além de ser uma violação de Direitos Autorais. Isso é crime!
( • ) SOBRE A PEITA
A PEITA nasceu dia 8 de março de 2017 com a frase “Lute como uma garota.” invadindo as ruas de Curitiba na manifestação do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. O objetivo da marca-protesto é oferecer ferramentas de enfrentamento às opressões diárias. A PEITA cumpre com a missão de trazer os dizeres polêmicos do contexto das manifestações para o dia a dia, seja em camisetas, moletons, bolsas, bottons, ímãs, ecobags, adesivos, patchs, caneca, rashguard, máscara e body infantil. A proposta é causar incômodo, fazer com que as pessoas sintam o desconforto necessário para a desconstrução, se identifiquem com as frases e assim, fomentem diálogos sobre assuntos ainda espinhosos. Idealizada pela designer curitibana Karina Gallon.
( • )
peita.me
@putapeita
/putapeita
9 comentários
Olá Marcella, tudo bom? Já temos ponto de venda em Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, São Paulo, Manaus, Curitiba e Recife. Temos apenas dois anos de vida, estamos atrás de mais mulheres feministas interessadas em vender nossos produtos, se conhecer algumas manas, é pedir para que enviem um email pra gente. ;)
Carol, assim como inúmeros coletivos e movimentos, estamos preocupadas em conversar com mulheres em situação de pobreza. Temos parcerias com instituições que atuam em comunidades e dialogamos diretamente com elas. Por exemplo, uma das nossas parceiras atua em uma favela aqui de Curitiba, a Usina de Ideias e leva as peitas, gratuitamente, para as manas da comunidade. Quem pode, paga. Também doamos o lucro da Lute Como Marielle Franco para essa mesma instituição. Doamos o lucro de “Ninguém Solta a Mão de Ninguém” para a Casa Tina Martins, em BH, que acolhe mulheres vítimas de violência e sua família. Doamos o lucro da peita Lute Como Uma Garota, escrita em rosa, para a Fundação Laço Rosa, que leva informação sobre a doença à comunidades do Rio de Janeiro, doa perucas para mulheres que precisam e capacita pessoas da favela, oferecendo curso de perucaria. Tem a frase “Entenda que você faz parte”, onde o lucro das vendas diretas é doado para o Teto Paraná, instituição que reconstrói casas em regiões de ocupação com ajuda de moradoras e voluntárias. Ainda tem mais parcerias, se quiser bater um papo, contamos tudo pra você. Ah, e o preço da camiseta está diretamente ligado a qualidade do produto, modelagem própria e outros fatores. Só reforçando que nossa cadeia de produção é toda realizada por mulheres. :*
Super concordo! Eu demorei mto para comprar porque o frete é muito caro (e isso não é culpa de vocês!). Mas poderíamos pensar numa forma de chegar a todos os estados e reduzir a taxa de entrega (que no meu ponto de vista, é o que faz ficar caro).
Eu super entendo a questão das cópias, que é horrível pra vocês. Mas o meu contraponto é que o preço das camisetas são muito altos! Não é toda mulher/menina que tem R$ 60 mais frete para pagar na camiseta. Deveriam pensar numa forma de atingir também mulheres mais pobres, porque desde sempre o feminismo foi elitista e isso só ajuda a mantê-lo dessa forma.